segunda-feira, 20 de abril de 2009

Eu visto essa camisa


Flamengo, me lembra flamingo, desde pequena. Talvez lembre qualquer criança que conheça a palavra FLA-MEN-GO, talvez não as que conhecessem a palavra Framengo.
O que me interessa é: pra quê Flamengo? Não, este não é um post anti-flamenguistas. Teoricamente era pra eu ser flamenguista, todos aqui em casa são, sou muito crítica ou feminista para isso. Mas pensemos, pra quê Fluzão? Pra quê Fogão? PRA QUÊ? Amor? Não me venha com esse papinho de amor.

Como pode, tanta gente sair de suas casas pra assistirem um jogo, num estádio, chorar, cantar hinos, sentir emoções de uma coisa sem propósito? Eu já penso isso há um tempo e acho que tudo na vida tem um lado bom, até o futebol. Faz bem para a saúde, oras! Toda aquela corrida, treinamento, preparo físico, devem também criar laços de amizade entre os jogadores e técnicos, acho legal a união do time. Mas por trás disso correm, à velocidade da luz, uma gama de dinheiro. Quantos mil ganha um jogador por mês? Claro, é um atleta, um trabalhador como outro qualquer, mas era pra ele ser tão valorizado assim? Será que a maioria deles tem estudo e merecimento para tal? Isso já é com Deus.

Ainda não cheguei no ponto fatídico. O meu x da questão é: por que tanto sentimento em prol de uma bola? Não duvido, em momento algum, do sentimento de um torcedor, só acho desnecessário o fanatismo e a emoção. Nunca fui ao Maracanã pra sentir essa “emoção” de perto, acredito que seria algo realmente forte, mas ainda assim sem propósito. Quem paga, banca, provavelmente, aos clubes, ao estádio, tudo, menos uma causa nobre. Parece-me até que agora os clubes têm feito algumas campanhas caridosas e afins, acho muito legal, mas acho que não deveria ser uma campanha ou outra, deveria, na minha opinião, ser o objetivo da torcida. Por exemplo, imaginemos 70 mil pessoas no Maracanã fazendo algo contra o aquecimento global ou doando 1kg de alimento não-perecível a um asilo, o Rio de Janeiro sofreria uma pequena, mas significativa mudança.

Temos, em campo, um enorme exemplo de união: o time. E na saída, um enorme exemplo de competição: as torcidas. Aquelas brigas, guerras, tudo isso por quê? Por causa de um time que, muitas vezes têm jogadores que jogam pra ganhar dinheiro e que mal sabem dar uma entrevista ao Globo Esporte? Isso me revolta.

Há homens que, muitas vezes deixam de dar atenção para suas esposas, aquela preciosa atenção, para ver, ir, comentar com amigos sobre o futebol. Como pode um ser humano preferir um esporte a um ser humano, por pior que seja este? Não sei, tenho minhas indignações quanto a isso. Em contrapartida sei que o ser humano, em essência, precisa de uma ocupação, lazer e momento de distração. O futebol é algo forte para isso, mas poderia ser um lazer com uma causa maior. Enfim, respeito todos os torcedores, inclusive meu pai e irmãos, mas não consigo ser uma torcedora, característica minha.

Eu vestiria a camisa de um time que tem como objetivo o ser humano, não a Umbro, Petrobrás.

15 comentários:

Anônimo disse...

Tchuca, adorei isso aqui; você fala que nao é inteligente e blá,blá ! mas nao tem jeito, sou seu fã e adorei saber mais o que você pensa, e essa do Flamengo :o ? muito bom ! vou sempre ler . saudades ;(

Bruna disse...

Desculpa, Tetê, mas pra mim não é só um sentimento em prol de uma bola (falo isso com propriedade de causa, diga-se de passagem uahuha). Isso soa muito "senso-comum". Embora o futebol transmita essa sensação, é um esporte como outro qualquer (como volei, boxe, salto com vara, cuspe à distância). Não posso condenar um brasileiro por escolher o futebol, e não o hipismo, como seu esporte favorito. Mesmo porque a realidade é outra. Eu adoro ir ao Maracanã, me sinto num palco quando canto com a Raça, parece que só minha voz importa ali, e me sinto numa platéia quando vejo jogadas bem feitas. Também não concordo com o salário do jogador, assim como não concordo com o do político, médico, ator, atendente do bobs, professor! Mas aí já entra em outro assunto. Futebol pode ser amor, sim (amamos coisas mais banais que isso) e é questão de preferência, brodinha... também não consigo entender como tem gente que gasta 200 reais pra ir a um show do radiohead, sendo que pode ouvir o cd em casa. rs E nem como tem gente que prefere dormir em vez de assistir a um jogo com os amigos! /flamenguistafanatica hauhua. beijos boniteza! Amo vc.

Maitê Ramos disse...

Ah, que bom que vocês têm lido o blog! Muito obrigada mesmo.

Bruna, amei seus argumentos, de verdade. Me fez até pensar mais sobre o assunto. Claro, é característica do povo brasileiro gostar de futebol, todo esse amor, paixão e raça, como você mesma disse. Eu também não concordo com o salário do atendente do Bob's, político, médico e professor, mas o que eu falei em questão era do salário do jogador de futebol.
Como citei, respeito os torcedores, mas não consigo sentir isso ainda, entende?
Quem sabe, um dia, viro uma flamenguista doente?

E eu não fiquei em casa dormindo, só não gosto de futebol. Gosto de vôlei e não boxe. E cara, bem melhor assistir Pânico com meus amigos: vocês.

Um dia, me leva ao Maraca?

Beijos, te amo. (Amei seu comentário)

Unknown disse...

"também não consigo entender como tem gente que gasta 200 reais pra ir a um show do radiohead"
Haaan! Eu consigo entender bem. É questão de prioridade, de gosto. Pra mim, um show como esse, vale muito, é algo importante, me acrescenta. Se eu tivesse 200 reais e uma companhia, eu teria ido. Beijos.

Anônimo disse...

Primeiro: quem tem sentimento por bola é viado. O sentimento é pelo time, pelo clube, pela instituição que ele representa e carrega as cores.

Segundo: nem todas as ações humanas são ou serão voltadas para o ser-humano (caridade). Nem todas têm de ter um propósito. Ou há um propósito visando ao bem da comunidade em você tomar um sorvete ou comer pizza no Chicão (eu, na Parmê, porque sou chique)? Não entender o sentimento das pessoas por algo (independente do que for) é normal, só não se deve questioná-lo.

Cada um tem as suas prioridades. Até mesmo a Literatura é mais entretenimento do que outra coisa; e quem gosta, gosta. Ou você pensa nos seres-humanos enquanto lê Meg Cabot?

Anônimo disse...

O comentário da Bruna foi muito bom,assim como o do Vinícius.

Não dá para deslocar o futebol do panorama geral da sociedade e tratá-lo como uma aberração, enquanto o Mario Garcia ganha R$300.000 e o Faustão mais de R$1 milhão. As coisas têm de ser vistas pela perspectiva geral. O amor a um clube pode ser maior que um amor a uma mulher; por isso ele é condenável? Seria melhor que não existisse amor algum?

PS: Pessoas que ficam esperando para rolar porrada fora dos estádios são marginais, não torcedores. O esporte não tem nada com isso.

PS2 (Não é o video-game): Você não precisa ser fanática para entender algo que não pratica. Por isso existem pesquisas e entrevistas.

PS3: Eu gastaria todos os R$400 para ir ao show do U2 em SP de novo.

Bruna disse...

Bom, me explicando pro Vinícius (pra ele não me interpretar mal e achar que foi uma ofensa).
Era exatamente da questão "preferência" que eu quis falar (ou prioridade, como vc usou). EU não gasto 200 reais num show do radiohead (não acho graça nenhuma na banda, estar em um show ou não, pra mim não faz mesmo diferença quando se trata deles), mas ia gastar 200 num show do oasis. E quando eu disse que não conseguia entender, foi uma expressão só pra entrar no “contexto” do post que a maitê escreveu.
Talvez seria mais fácil se eu dissesse "não sei como tem gente que gasta 80 reais num camarote do show do latino". Se bem que que acho que isso não entra em "preferência", entra em "mau gosto" uahuahahuahua. Mas eu aceito, eu aceito. “Entendo (mas não compreendo)”. ^^

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Bruna, vai cagar? Você sabe que eu entendi. Só falei aquilo porque eu queria aparecer e mostrar que gosto de Radiohead.

Bruna disse...

Vai pastar, Vinícius! Eu nem sabia que era você até você me falar! Mas aí a resposta já estava feita uahuauahuh. O comentário tem a cara do garcia, ow =p.



ÔÔ ÔÔ VAI PRA CIMA DELES MENGOOO (mals, maitê uhahauhh)

Maitê Ramos disse...

Engraçado, quando li o post do Radiohead tinha certeza que era o Aguiar, depois de ler o da Bruna que pensei que também poderia ser o Garcia.

Adorei a polêmica no blog, pensei que ninguém lesse. E sei que tem gente que tá lendo e não tá comentando, adoro isso.

"Kindzu" comentando em meu blog, além de Aguiar e Bruna.. quanta honra! Amei a opinião, ponto de vista e acréscimos ao que eu escrevi. Mas entre Radiohead, U2 e Oasis, fico com o Oasis, Bruna.

(mal lembram/sabem vocês que já fui ao show do Rouge)

Luan, eu não sou inteligente. Você cismou com isso. Um dia, secretamente, te mostro meu boletim do colégio. Me lembra de te mostrar química. hauihauihaihuihauiaha

Ps: Pagaria (se tivesse)toda a soma de quantia mencionada acima para o Oswaldo Montenegro.

CONTINUEM ESCREVENDO, NÃO ME ABANDONEM. =*

Anônimo disse...

Êêêê, cadê você, cadê você?????
Êêêê, cadê você, cadê você?????
Êêêê, cadê você, cadê você?????

(sóparaflamenguistasmodeon/)

PS. Já vi o Oswaldo Montenegro na rua, ele é nanico.

Bruna disse...

Maitê, fale sobre "fardas azuis" no próximo post hauhuahuhauhuh(*piada interna*). Vai ser outro assunto polêmico haha.


"IH, lá no Maraca eu nunca vi
No Engenhão nunca tá lá
Os torcedores todos cho-ram
Não tem torcida pra apoiar!"

(já parei prá não virar bagunça, tá, kitty? uhauh)

Unknown disse...

Ok. Próximo assunto.

Maitê Ramos disse...

Oswaldo Montenegro não precisa ser alto, desde que não pinte os cabelos.

No próximo post, farei analogias, e um pouco de intertextualidade (quem lê até pensa que sou intelectual), mas GARANTO que não paralelarei com fardas coloridas, trovões e seres-humanos. rs
E, provavelmente, não será tão polêmico quanto esse post.

Me desculpem por não escrever mais. Essa semana tava com a mente reta.

Beeeeeeeeijos, fãs. HAUIHAIHAIHAIHAIUHA
*brinks*

Ps (para sempre): Por que não fazem um blog?