quarta-feira, 10 de março de 2010

Seu abraço é a minha casa que não vou ter


Não sei de mais nada. Ando extremamente sensível. Me sinto um animal, que penso menos do que sinto. Os meus instintos femininos me dominam, me puxam e me arrastam.
Conheci um mundo mágico, vazio, sensual, poético. E eu que sempre preferi a razão, a simples e certeira razão... O novo mundo está na minha pele, na minha nuca, no meu arrepio, na minha vontade. E a poesia, o lirismo de quando o sinto está no meu cérebro.
Acho que sonhar não custa nada, e se desiludir custa tudo. Sonhar me move, me dá vida, amor e emoção. Quero conhecer tudo! Amar mais ainda meus amigos, participar de tudo. Estou muito ausente de mim mesma. Preciso pisar mais no chão, me preocupar, me estressar, me rasgar.
Posso ser tão fria como um iglu, desabitado pelo meu desejo mais repentino. E posso ser tão quente quanto o incêndio que corrói o prédio mais lindo de São Paulo. Não consigo me encontrar nas chamas de São Paulo, quiçá em minha própria casa gélida. Só sei que odeio São Paulo, e o silêncio da minha casinha assombrada. Mesmo assim estou cuidando do meu iglu, pra que uma hora, quem sabe, possa até mesmo um paulista sobrevivente do incêndio vir a habitar essa casa fria, ou pelo menos me dar um beijinho de esquimó.