quinta-feira, 22 de julho de 2010

Só ficou no muro tristeza e tinta fresca


Eu. Era tão feliz. Por que eu sempre tenho essa sensação de que hoje sou menos feliz que antigamente? Não me arrependo, mas a saudade que surge é algo inexplicável.
Sinto muita saudade, entretanto, só consigo sentir essa dor de coisas boas. As coisas ruins, eu falo sóbria, sem saudade, como um fato. Mas a saudade das coisas boas eu falo com a voz trêmula, pra ninguém. Talvez nem pra mim mesma. Essa saudade "boa" destrói todo mundo.
Ela sempre está com a gente, em todos os lugares, só que nos lembramos dela apenas no momento em que estamos sem fazer nada. Isso. É no nada que ela surge. Do nada pro tudo. Pelos instantes felizes e simples que passamos que não voltam e que na hora a gente não sabia que seria relembrado com tanto amor.. porque na hora foi uma gargalhada, uma piada, um soco, um passo, um gesto. Todo momento perfeito, na hora em que ele está acontecendo, a gente não tem tempo de pensar que vai sentir saudade dele.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Nunca penso em títulos

Eu sou feita de ar,
De folhas prateadas,
Um pouco de pedra,
Um tanto de mar

Não sou feita de rio,
Mas transbordo como ele
Tenho margens largas,
Águas claras e rasas

Eu sou feita de tempestades:
Às vezes chovo, às vezes não.
Abro num sorriso o Sol
Em qualquer gesto a Natureza

Não sou feita de água,
Mas posso ser fria como ela
De gotas e mais gotas
E ser, também, perigosa

Eu sou feita de fogo.
Fogo que aquece e acalenta,
Que incendeia
De raiva!
Paixão.

Não sou feita de silêncios,
Mas sei me calar.
Tenho barulhos únicos
E sons tão profundos
Como o cheiro da vovó
Ainda vive no casaquinho
De lã.
Não consigo me desfazer...

Sou feita de amores.
Efêmeros amores
Eternamente efêmeros
Efêmeramente eternos...

Não sou feita de intelectualidade,
Mas posso ser o sentimento mais puro
Do versinho rimado
Escrito na alfabetização

Eu sou feita de festas
Vazias
Poucos amigos.
Espalhando alegria,
Sem dinheiro
E muita história pra contar