segunda-feira, 21 de junho de 2010


Odeio a mediocridade. Odeio goiaba. Odeio esquecer o guarda-chuva no dia mais chuvoso. Odeio perder o ônibus. Odeio a indiferença do Ramon. Odeio saber que pessoas passam fome. Odeio abobrinha. Odeio matemática. Odeio tédio. Odeio violência. Odeio aula vaga. Odeio São Paulo. Odeio falta de opção. Odeio também quando tenho muitas opções. Odeio não ter inspirações. Odeio estudar tão pouco. Odeio homens depilados. Odeio essa maldita gula. Odeio o relógio da moda. Odeio religiosos fanáticos. Odeio pessoas grudadas. Odeio anti-patriotas. Odeio pseudo-leitores: ou leia Jorge Amado, ou não leia nada. Odeio quando pessoas boas sofrem. Odeio mais ainda quando pessoas ricas se dão bem. Odeio a falta de interesse. Odeio a ausência da ambição mais simples. Odeio odiar. Odeio sentar bem naquele chiclete. Odeio gente falando enquanto escrevo. Odeio quem vende voto. Odeio o melindre. Odeio copiar dever do quadro, até porque eu não copio. Odeio perdas, excerto a de peso. Odeio a distância. Odeio vomitar. Odeio restrições. Odeio o só, o apenas. Odeio a incoerência. Odeio os Estados Unidos. Odeio a tristeza. Odeio Calypso. Odeio fofoca. Odeio estar sem óculos. Odeio coisas sem graça alguma. Odeio elevador. Odeio ônibus lotado. Odeio o Colégio Ruy Barbosa. Odeio muito. Odeio pessoas que ligam ventilador mesmo estando de casaco. Odeio unhas que parecem carnaval. Odeio banho frio no inverno. Odeio banho quente no verão. Odeio menstruar.