quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A árvore da vida

É horrível sentir uma dor que não é sua. Dor essa de perda. Perder é um dos maiores sentimentos, senão o maior. Não é perder um carro, capotar e quase perder a própria vida, mas sim perder a vida do outro e do outro mais importante da sua vida. Do outro que te levava pra almoçar fora, que te dava carinho, amor. Da sua tia, tão velhinha, tão doentinha que se esquecia de muitas coisas, mas não esquecia de te amar. Aquela tia que não esquecia o seu aniversário, dos seus presentes e da sua preferência. Aquela que te apoiou mais que seu pai e sua mãe juntos, mas que não te amou menos do que sua irmã te ama.
Todo o amor que ela guardou e que não devia caber dentro dela. Toda a bondade e frutos que ela deixou a você nessa vida. Rezo a Deus que ela esteja numa transição boa para o céu, e que lá veja, assim como viu aqui, que conseguiu a missão dela: criar você. E você virou um homem, o homem que lhe deu o presente mais importante da vida dela: a independência e a inteligência. E ela criou esse homem que é meu irmão, e que me deu o presente mais lindo da minha vida: uma árvore de pedrinhas coloridas.