terça-feira, 28 de abril de 2009

Por enquanto, fixo



Mudança. Uma palavra comum, dona de enorme poder.

Todas as pessoas sofrem mudança. "Sofrem"? Sim, e muito. Eu, por exemplo, já simplesmente passei por algumas e já sofri muitas. Ainda sofro com algumas. Essa mudança toda me confunde. Como já diz meu querido Lulu Santos "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará". Envelhecemos, descobrimos, pioramos, melhoramos.

Sou muito apegada ao passado. Amo fotografias antigas, cartas, infância e praticamente tudo que me remete ao passado me agrada. Talvez por isso eu goste tanto de história, queria gostar menos.

No colégio (sempre falando e fazendo analogias com ele), vejo que preciso de uma mudança radical. Hoje, aprendi com um dos professores, que o aluno esforçado sempre vencerá o inteligente. Parei e pensei. Pensei. Penso e nunca mudo. Sempre deixo tudo pra amanhã.

Penso ainda que, com tantas mudanças, situações e imprevistos, não temos uma personalidade e perfil fixo. Mudamos a todo momento, hora, segundo. Por isso todos falam que a vida é uma caixinha de surpresas. Me sinto manipulada por algo e extremamente inválida nessas horas.

Não vejo mais, todos os dias, as pessoas que via há 2, 3, 4, 5 anos atrás.
Não vejo mais meus avós, não vejo mais meus amigos de pré-adolescência.
Não falo mais com uma amiga que acreditava que tomaríamos, na 3ª idade, um chá que ajudaria no tratamento de uma osteoporose.
Não penso mais que faculdade seja coisa de adulto.
Não tenho mais nojo de beijo na boca.
Não leio mais Ana Maria Machado.
Não vejo mais graça em zoológico, nem em animais exóticos.
Não assisto mais A Bela e a Fera, e nem lembro mais, de cor, a primeira parte musical toda.

Mas há coisas que nunca mudam, e nunca mudarão:
Nunca deixarei de ver as pessoas que via há 2, 3, 4, 5 anos atrás.
Nunca deixarei de sonhar com meus avós e pensar nos piques com minha gangue pré-adolescente.
Nunca, vou deixar de lembrar, de como considerei essa minha amiga.
Nunca vou achar que ser adulto é ser legal.
Nunca vou deixar de achar estranho que duas pessoas, possam sentir coisas tão sublimes com apenas duas línguas nojentas e magentas.
Nunca vou deixar de citar Marcelo, Marmelo e Martelo.
Nunca vou deixar de amar elefantes.
Nunca deixarei de pensar que um dia encontrei também, assim como a Bela, alguma Fera.

A minha intenção não era escrever isso tudo, e sim transmitir, entrelinhas, e principalmente pra mim mesma, que preciso estudar mais e, acima de tudo ter mais organização.

Ê, Maitê...
Sempre pecando pelo excesso.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Eu visto essa camisa


Flamengo, me lembra flamingo, desde pequena. Talvez lembre qualquer criança que conheça a palavra FLA-MEN-GO, talvez não as que conhecessem a palavra Framengo.
O que me interessa é: pra quê Flamengo? Não, este não é um post anti-flamenguistas. Teoricamente era pra eu ser flamenguista, todos aqui em casa são, sou muito crítica ou feminista para isso. Mas pensemos, pra quê Fluzão? Pra quê Fogão? PRA QUÊ? Amor? Não me venha com esse papinho de amor.

Como pode, tanta gente sair de suas casas pra assistirem um jogo, num estádio, chorar, cantar hinos, sentir emoções de uma coisa sem propósito? Eu já penso isso há um tempo e acho que tudo na vida tem um lado bom, até o futebol. Faz bem para a saúde, oras! Toda aquela corrida, treinamento, preparo físico, devem também criar laços de amizade entre os jogadores e técnicos, acho legal a união do time. Mas por trás disso correm, à velocidade da luz, uma gama de dinheiro. Quantos mil ganha um jogador por mês? Claro, é um atleta, um trabalhador como outro qualquer, mas era pra ele ser tão valorizado assim? Será que a maioria deles tem estudo e merecimento para tal? Isso já é com Deus.

Ainda não cheguei no ponto fatídico. O meu x da questão é: por que tanto sentimento em prol de uma bola? Não duvido, em momento algum, do sentimento de um torcedor, só acho desnecessário o fanatismo e a emoção. Nunca fui ao Maracanã pra sentir essa “emoção” de perto, acredito que seria algo realmente forte, mas ainda assim sem propósito. Quem paga, banca, provavelmente, aos clubes, ao estádio, tudo, menos uma causa nobre. Parece-me até que agora os clubes têm feito algumas campanhas caridosas e afins, acho muito legal, mas acho que não deveria ser uma campanha ou outra, deveria, na minha opinião, ser o objetivo da torcida. Por exemplo, imaginemos 70 mil pessoas no Maracanã fazendo algo contra o aquecimento global ou doando 1kg de alimento não-perecível a um asilo, o Rio de Janeiro sofreria uma pequena, mas significativa mudança.

Temos, em campo, um enorme exemplo de união: o time. E na saída, um enorme exemplo de competição: as torcidas. Aquelas brigas, guerras, tudo isso por quê? Por causa de um time que, muitas vezes têm jogadores que jogam pra ganhar dinheiro e que mal sabem dar uma entrevista ao Globo Esporte? Isso me revolta.

Há homens que, muitas vezes deixam de dar atenção para suas esposas, aquela preciosa atenção, para ver, ir, comentar com amigos sobre o futebol. Como pode um ser humano preferir um esporte a um ser humano, por pior que seja este? Não sei, tenho minhas indignações quanto a isso. Em contrapartida sei que o ser humano, em essência, precisa de uma ocupação, lazer e momento de distração. O futebol é algo forte para isso, mas poderia ser um lazer com uma causa maior. Enfim, respeito todos os torcedores, inclusive meu pai e irmãos, mas não consigo ser uma torcedora, característica minha.

Eu vestiria a camisa de um time que tem como objetivo o ser humano, não a Umbro, Petrobrás.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Jeito de profeta lá da Praça Paris


Descobri a expressão que mais odeio: tapar o sol com a peneira.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

"Por trás dessa lente também bate um coração"


Os óculos são marrons. Me surpreendo muito, porque não gosto de marrom, mas foi a cor que, na minha opinião, melhor sobressai meus pequenos e quase invisíveis olhos.

Olhos que tudo vêem, que tudo não vêem. Por serem pequenos e caídos talvez possam não transmitir tudo o que penso. Com toda certeza que não transmitem.

Desde sempre ouço que "os olhos são as janelas da alma", não sei quem foi o precursor de Paulo Coelho que escreveu isso, mas é tudo mentira. Os meus olhos não são janelas da minh'alma. Não mesmo! Não são nem uma pequena porta fechada do meu espírito.

Ah, mas o meu sorriso... os meus trezentos e cinquenta modos de sorrir com dentes levementes tortos, sim. Estes são portais da alma que vulgarmente chamo de: minha.

terça-feira, 7 de abril de 2009

A exclusão me cai bem


Não queria começar a postar de verdade começando com "hoje", porque seria algo parecido com "querido diário", e isso é tosco. E hoje foi um dia normal, em que eu estudei, comi, tomei banho, cochilei de tarde, li meu livrinho... Porém pude ver como é bom não ter tantos amigos no colégio.

Imagina se eu estudasse com o Aguiar, Iana ou Bruna? Imagina a Eloá na minha sala! Não, não ia dar certo, não me concentraria e falaria o tempo todo. Hoje, pela primeira vez na minha vida, vi como é bom ser sozinha e independente. Vi que o colégio que estudo nada mais é que uma empresa que, infelizmente, só tem me fornecido estudo. Aceitei essa idéia, é isso.

Preciso do feriado, urgentemente.

sábado, 4 de abril de 2009

Primeira impressão é a que fica

Eu não sou a Maitê Proença. Já tô acostumada com a piadinha, é algo indiferente pra mim, só acho engraçado a cara das pessoas que falam isso achando que inventaram o trocadilho (se é que posso chamar isso de trocadilho).

Tenho vários apelidos engraçados e alguns até carinhosos, mas pode me chamar de Maitê mesmo. Sabe, eu adoro meu nome. Quando era pequena odiava porque era muito estranho no meio de outras crianças, mas agora acho maravilhoso. Maitê significa querida e amada, o que não sei se é verdade, mas acho muito legal um nome feminino não terminar com a letra a. Tenho certeza de que intui minha mãe quando ela estava grávida. Meu nome ia ser Thaís. Tem tanta Thaís, tenho amigas chamadas Thaís, ainda bem que nasci Maitê: ufa!

Recentemente fiz meus 16 invernos. A minha vida foi ótima, não tenho do que reclamar. Tá, eu até tenho, mas a parte boa é tão boa que me impede reclamar desta coisa chamada vida.

Sou bagunceira e preguiçosa até morrer, meus pais que o digam. Acho que na minha última vida fui hippie, tenho essa essência de vida dentro de mim ainda. Odeio ter que fazer algo por obrigação, gosto de inventar, de voar, de viver.

Acho que nunca encontrarei alguém que me entenda por completo. Nem essas psicólogas conseguem cuidar de mim. Eu acho que elas me apreciam como os pseudo leitores apreciam os best sellers. E eu tenho um enorme preconceito com best sellers, logo tenho preconceito também com as psicólogas. Talvez um trauma. Eu queria fazer um amigo qualquer de psicólogo, e pagá-lo até.

Já estudei em 5 colégios, e não fui expulsa de nenhum, acredite. Dos 5, 4 faliram depois de eu ter saído. E olha que eu não roguei praga alguma. Os melhores colégios que eu estudei foram: o Cassilda Martins e o Barão de Palmeiras. Eles me ajudaram muito a persistir no meu sonho.

Que sonho? O sonho de ser professora. Minha avó Cely foi de português e devo minha vida literária a ela. Não sei ao certo se quero ser professora de português ou história, adoro estas disciplinas. Quero muito revolucionar a educação brasileira, acho que um país é o seu povo, e o povo é a educação que recebeu. Amo o Brasil assim como amo o verde. Para mim a bandeira do Brasil tinha que ser toda verde, 1m² de verde-bandeira.

Já sou professora de evangelização há 3 anos. Ah, sou espírita! Como esqueci um fato tão importante? Isso é o que me marca por inteira, pois sou muito e extremamente religiosa. Amo a Deus, Jesus e chocolate. Dar aula para crianças me fez perceber o quão importante eu posso ser, me deu este vestígio de auto-estima, e me fez decidir a profissão em que eu devo seguir.

Tenho muitos amigos, não sei como, porque eu sou muito exigente. Eles são maravilhosos, têm os míseros defeitos deles, mas ainda assim são defeitos que me atraem. Não os escolho, eles simplesmente ficam. Os que ficam são meus amigos, essa é a verdade. O resto foram contatos.

Eu já dei muito valor a pessoas que não mereciam, já fui muito humilhada, e hoje não guardo rancor. E acho mais, pelas porradas que eu já levei, só em 16 anos, fiquei muito forte e armada, aos poucos estou tentando me desarmar e vendo que existem pessoas legais no mundo: os meus amigos.

Queria muito dizer que encontrei o meu amor verdadeiro e que ele é a pessoa legal, mas não posso. Essa pessoa ainda não apareceu. Já apareceram várias oportunidades pra pessoas serem, mas nenhuma delas quis aproveitá-las. Por isso tenho deixado de lado esta vida amorosa. Mas não é que surgiu algo novo? E este algo, ao qual não me cabe ainda citar na apresentação, me faz muito bem.

Falo em excesso. Tenho uma necessidade de comunicação fora do comum. Talvez seja por isso que eu queira ser professora, para passar para os demais o pouco que sei. Uma vez, em uma dinâmica, me pediram pra desenhar um objeto que mais me retrata. O meu foi o telefone. Me considero simpática e comunicativa, mas a vida me ensinou a ser tímida de início e “tímida” com quem eu odeio.

Quem lê isso até pensa que eu tenho opinião pra tudo, que eu sou inteligente, mas a verdade é: tem muitas coisas que eu ainda não formulei uma opinião. E eu só lembro na hora que vejo que não tenho uma opinião. Eu não sou inteligente, talvez eu tenha um vestígio de cultura, mas ainda assim sou bastante ignorante e teimosa.

Eu não consigo ser séria, me faz até mal. No dia que eu virar adulta será o pior dia da minha vida.

Sou psicóloga (eca) de muitos amigos, não sei porquê as pessoas se sentem bem desabafando comigo, mas adoro ouvir meus amigos e ajudá-los. Acho que os psicólogos tinham que ser que nem eu, chegar e falar: - Larga de ser otário, para de fumar. Larga esse pilantra, ele só te sacaneia. Mas não, o psicólogo ouve quieto com aquele ar nojento de consultório. Pronto, odeio a psicologia.

Minha educação não depende da sua. Quer dizer que se você for um babaca eu serei também? Não mesmo.

Não acho legal assistir algo que me emocione num domingo a noite, pois que sempre chorarei. Domingos são dias tediantes, dias em que eu penso sobre a minha vida, lembro dos meus amigos, me acho inferior, incompreendida e sozinha. Odeio domingos. Por incrível que pareça eu amo a segunda-feira. Ela tem um ar de recomeço, de força de vontade, de preguiça, de novo. Prefiro uma segunda a um domingo.

Finalizando, fiz este blog pra ser um meio de extravasar todas as minhas loucuras mais cruéis e doentias. O fato de pessoas poderem ler minha vida não me agrada muito, mas... veremos. Agradecendo aos meus amigos Vinícius Garcia e Vinícius Aguiar pelo incentivo que me deram a escrever e fazer um blog. Dando crédito da imagem do blog Pente de Madeira ao Garcia.