quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Por uma coisa à toa
Se acaso me quiseres sou dessas mulheres que só dizem sim... por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim. E, se tiveres renda, aceito uma prenda, qualquer coisa assim, como uma pedra falsa, um sonho de valsa ou um corte de cetim.
E eu te farei as vontades, direi meias verdades sempre à meia luz. E te farei, vaidoso, supor que é o maior e que me possuis. Mas na manhã seguinte não conta até vinte, te afasta de mim, pois já não vales nada, és página virada, descartada do meu folhetim.
(Chico Buarque)
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